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O que é o Concurso Completo de Equitação?
O Concurso Completo de Equitação (CCE) é uma modalidade olímpica também conhecida como o “triatlon” equestre. A competição é dividida em três provas – Adestramento, Cross-country e Salto – que são realizadas em dias consecutivos.
O esporte é uma importante mostra da capacidade do conjunto competir em três diferentes disciplinas distintas entre si, e num curto espaço de tempo, o que exige preparo técnico e físico.
O Adestramento é a primeira prova a ser cumprida. O conjunto precisa efetuar determinados movimentos (figuras) de diferentes graus de dificuldade mostrando entrosamento e equilíbrio.
No segundo dia acontece o Cross-country, onde o conjunto percorre um percurso externo, com obstáculos inspirados no campo, mas sempre com um alto grau de dificuldade.
A terceira e última prova do CCE é o Salto. O conjunto precisa transpor obstáculos móveis de diferentes alturas mostrando controle e precisão. O objetivo da prova é mostrar que depois da exigente prova de Cross-country o animal continua com energia, resistência e obediente ao comando do cavaleiro.
CCE no Brasil
O esporte foi introduzido em 1922 pelo Exército com o objetivo de preparar cavalos para a guerra. Por décadas foi praticado apenas por militares, responsáveis por representar o Brasil em torneios no Continente Sul-americano e nas Olimpíadas de 1948, em Londres, Inglaterra.
A partir da década de 80, a modalidade passou a ser praticada por civis, especialmente cavaleiros oriundos do Hipismo Rural. A Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) e entidades militares como a Escola de Equitação do Exército, a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) e Regimentos da Cavalaria – passaram a promover competições conjuntas, investiram em cursos, clínicas e a vinda de técnicos internacionais, o que resultou na formação de uma nova geração de atletas, mesclada por civis e militares. Nos anos 90 o intercâmbio internacional ganhou fôlego e os resultados dos atletas elevaram o Brasil a maior potência do esporte na América do Sul e entre os melhores do mundo.
O Brasil já marcou presença em seis Olimpíadas – 1948, 1992, 1996, 2000, 2004 e 2008 – e nas cinco edições dos Jogos Equestres Mundiais – 1990, 1994, 1998, 2002 e 2006. Com participação de civis o Brasil estreou nos Jogos Pan-americanos de 1995 e desde então a equipe brasileira subiu no pódio em todas as edições: Ouro em Mar del Plata, Argentina (1995), Prata em Winnipeg, Canadá (1999) e Bronze nos Jogos de Fair Hill, Estados Unidos (2003) – onde foram realizadas as provas do Pan de Santo Domingo – e no Pan do Rio (2007). Nos Campeonatos Sul-americanos o Brasil soma várias conquistas, sendo o país que mais títulos conquistou na competição.
Jogos Olímpicos
1948 – Londres – Inglaterra
Brasil é 7º no Individual com Aécio Marrot Coelho montando Guapo.
No ano de estréia do Hipismo brasileiro nos Jogos Olímpicos, o Concurso Completo de Equitação marca presença ao lado do Salto. A delegação é formada somente por militares. Chefiada pelo general Edgar Amaral e tendo como veterinário o capitão Darcy Villaça, a equipe de CCE conta com um time formado pelos capitães Anísio Rocha montando Sahib, Aécio Morrot Coelho com Guapo e Renyldo Ferreira montando Índio. Alojadas na Escola Militar de Sandhurst, palco das disputadas das provas de CCE, as duas equipes brasileiras eram tão unidas e interdependentes que o imaginável anos mais tarde aconteceria. Às vésperas da estréia, o Brasil fez uma troca improvisada: Guapo, montaria de Eloy Meneses – que competia no Salto – foi cedida para Aécio Marrote Coelho, enquanto Menezes montou o cavalo reserva Sabu. A substituição foi acertada e o conjunto Aécio Marrote/Guapo conquista a 7ª colocação individual, melhor resultado do Brasil até as Olimpíadas de Sidney, quando o Brasil ficou em 6º por equipe.
1992 – Barcelona – Espanha
Depois de 44 anos fora dos Jogos Olímpicos, o Brasil retorna ao palco olímpico da modalidade com Serguei (Guega) Fofanoff montando Éden e Luciano Miranda Drubi com Xilena.
1996 – Atlanta – Estados Unidos
Brasil é 13º por Equipe. Na 100ª edição dos Jogos, o Brasil volta às pistas com um time formado por Serguei (Guega) Fofanoff/Éden, Sidney de Souza/Avalon da Mata, André Giovanini/Al do Beto e Luciano Miranda Drubi/Xilena.
2000 – Sydney – Austrália
Brasil é 6º por Equipe. Na melhor colocação do Brasil nos Jogos o time do técnico Marcelo Tosi foi formado por Gustavo Pagoto, Luís Augusto (Guto Faria), Serguei (Guega) Fofanoff e Vicente Araújo Neto. Disputando o título individual estiveram Carlos Eduardo Paro e Roberto Carvalho de Macedo que montando Fricote sofre uma queda e acaba sendo atingido pelo animal, fraturando a bacia.
2004 – Atenas – Grécia
Brasil é 11º por equipe. O time é formado pelos estreantes em Olimpíadas: Raul Senna, Rafael Gouveia Jr, Sérgio Marins, André Parro e Remo Tellini.
2008 – Pequim (Hong Kong) – China
Brasil é 10º por Equipe. O Brasil encerra sua participação nos Jogos Olímpicos entre as 10 maiores potências do mundo. O time nacional é formado por André Paro/Land Heir, Ten.Cel. Jeferson Sgnaolin/Escudeiro do Rincão, Marcelo Tosi/ Super Rocky e Saulo Tristão/Totsie. Marcelo Tosi garante vaga na disputa individual ao fazer um percurso limpo na prova de Salto. Na classificação geral Marcelo Tosi fica em 22º lugar, Sgnaolin em 39º e André Paro em 47 º. Totsie, montaria de Saulo Tristão refuga três vezes na prova de Cross-country e o conjunto é eliminado. A égua Butterfly, montaria de Fabrício Salgado, não passa na inspeção veterinária e o conjunto é cortado antes da estréia do Brasil.
2012 – Londres – Grã-Bretanha
O Brasil termina entre os dez melhores, conquistando a 9ª colocação. O estreante em Olimpíadas Ruy Fonseca com Tom Bombadill Too é o melhor classificado da equipe na 42º colocação individual, seguido por Marcelo Tosi / Eleda All Black em 44º, e Marcio Jorge Carvalho / Josephine em 46º. O conjunto Guega Fofanoff e Barbara termina eliminado na prova de cross.
2016 – Rio de Janeiro – Brasil
Todos os conjuntos brasileiros chegaram à prova final de Salto, feito conseguido apenas por mais três equipes. A equipe integrada por Marcio Carvalho Jorge / Lissy Mac Wayer, Ruy Fonseca / Tom Bombadill Too, Carlos Parro / Summon Up The Blood e Marcio Appel / Iberon Jmen finalizou sua participação entre as dez melhores do mundo, na 7ª colocação. Carlos Parro termina na 18ª posição, o melhor entre os brasileiros. Marcio Jorge ficou em 25º lugar e o estreante Marcio Appel em 39º. Ruy Fonseca foi eliminado devido a uma queda na prova de Salto.
Jogos Equestres Mundiais
1990 – Estocolmo – Suécia
O Brasil volta ao cenário internacional do CCE depois de 42 anos. Serguei (Guega) Fofanoff é o único sul-americano na estréia na primeira edição dos Jogos Equestres Mundiais.
1994 – The Hague – Holanda
Com apoio e torcida organizada o Brasil foi representado por Serguei (Guega) Fofanoff, Almir Antonio Lustosa Vieira e o Sargento Tirço Porcina.
1998 – Roma – Itália
O Brasil é 8º por equipe. O time brasileiro é formado pelos irmãos Paro: André montando Fantoche e Carlos com CDC Baron, Marcelo Tosi/Xilena, Márcio Jorge/Arabesco.
2002 – Jerez de La Frontera – Espanha
Sem cavaleiro reserva e com a eliminação do cavalo CDC Baron, montaria de Carlos Eduardo Paro por não ter alcançado o índice no período que antecedia 3 anos antes, o técnico Ademir de Oliveira viu seu time amargar a última colocação com Vicente Araujo/Tevere (72º lugar), Eder Pagoto/Amazonian do Feroletto (78º) e Sérgio Neves/LF Lady (79º).
2006 – Aachen – Alemanha
O Brasil é representado por Carlos Eduardo Paro que montando Political Mandate termina em 40º lugar.
2010 – Lexington – Estados Unidos
O Brasil volta a participar com uma equipe completa formada por Guto de Faria/Ritz Carlton, Jesper Sigfrid Martendal/Land Jimmy e Guega Fofanoff/Ekus TW, e o cavaleiro radicado na Inglaterra, Ruy Fonseca/Tom Bombadill. Terminaram em 12º lugar. A 36ª colocação de Ruy Fonseca é o melhor resultado nacional.
2014 – Normandia – França
A equipe brasileira, que competiu com apenas três conjuntos – Marcelo Tosi / Eleda All Black, Gabriel Cury / Grass Valley e Ruy Fonseca / Tom Bombadill Toofe – portanto sem descarte ficou em 7º na classificação geral (387.7pts) à frente de fortes equipes como Nova Zelândia, Estados Unidos e Bélgica. A classificação foi a melhor no histórico da modalidade ao longo das sete edições Jogos Equestres Mundiais. Individualmente o melhor colocado foi Ruy Fonseca / Tom Bombadill Too, 39º, seguido jovem talento estreante na competição Gabriel Cury / Grass Valley, 42º, e Marcelo Tosi / Eleda All Black, 53º. O técnico da equipe brasileira no ciclo olímpico até os Jogos Olímpicos Rio 2016 é o bicampeão olímpico neozelandês Mark Todd.
Jogos Panamericanos
1995 – Mar del Plata – Argentina
Brasil é Ouro por Equipe e Bronze Individual. A estréia do CCE nos Jogos Panamericanos foi inesquecível com a conquista da Medalha de Ouro com a equipe formada por André Luiz Giovanini, Luciano Miranda Drubi, Ruy Leme da Fonseca Filho e Serguei (Guega) Fofanoff. No individual, Giovanini faturou o bronze.
1999 – Winnipeg – Canadá
Brasil é Prata por Equipe. Entrosado e tecnicamente preparado o time brasileiro fatura a Medalha de Prata e é formado por Artemus de Almeida/Avalon, Luciano Miranda Drubi/Xilena, Serguei (Gurga) Fofanoff/Jack Star e Marcelo Tosi/Lula La.
2003 – Fair Hill – Estados Unidos
Brasil é Bronze por Equipe. Por falta de infra-estrutura em Santo Domingo, República Dominicana, palco do Pan de 2003, as provas de CCE foram transferidas para Fair Hill, nos Estados Unidos, onde a equipe brasileira conquistou a Medalha de Bronze e a vaga para o Brasil disputar as Olimpíadas de Atenas. O jovem time do técnico Marcelo Tosi é formado por Guto de Faria, Rafael Senna, Lourenço da Silva, Paulo Eduardo Pacheco e Gustavo Mourão.
2007 – Rio de Janeiro – Brasil
Brasil é Bronze por Equipe. As emoções se multiplicaram no Pan do Rio não só pela competição “em casa”, mas pela conquista da vaga para o Brasil nas Olimpíadas de Pequim. O time Medalha de Bronze do técnico Ademir de Oliveira é formado por Fabrício Salgado com Butterfly, Renan Guerreiro montando Rodízio AA e os irmãos Paro: André montando Land Heir e Carlos com Political Mandate. Pelo título individual competiu Saulo Francelino Tristão que montando Totsie ficou em 7º e Serguei (Guega) Fofanoff que com Ekus TW ficou em 10º lugar.
2011 – Guadalajara – México
Mais uma vez o Brasil subiu ao 3º lugar do pódio e, com este resultado, a equipe brasileira formada por Serguei Fofanoff/Barbara TW, Marcio Jorge/Josephine MCJ, Jesper Martendal/Land Jimmy, Marcelo Tosi/Eleda All Black e Ruy Fonseca Filho/Tom Bomdill Too garantiu a classificação do país para os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. O cavaleiro brasileiro melhor classificado individualmente foi Marcio, 9º colocado. Jesper terminou em 12º e Marcelo ficou na 18ª classificação.
2015 – Toronto – Canadá
O Time Brasil conquistou a prata por equipes e Ruy Fonseca com Tom Bombadill Too arrematou o bronze individual, no melhor resultado brasileiro nos Jogos Panamericanos em 20 anos. Carlos Parro / Caulcourt Land Landline (6º individual), Marcio Carvalho Jorge / Lisssy Mac Wayer (9º lugar) e Henrique Pinheiro / Land Quenottte (11º) completaram a equipe.
Após as parciais do Adestramento e Cross Country, Ruy Fonseca, último a entrar em pista e embaixo de chuva, cometeu uma falta no último obstáculo, que lhe custou o ouro, mas garantiu uma importante medalha para o Brasil.
Fotos: Marco Lagazzi, Tio Elmo, Karen Tatiana Rodrigues e Arquivo pessoal dos atletas
Fonte: CBH
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